Esta espécie pertence à Ordem Passeriformes.

Quando se procuram aves nas nossas matas e florestas, é quase impossível não dar com o tentilhão, por ser uma das espécies mais abundantes. Esta espécie canta logo aos primeiros alvores.

 

Taxonomia

Ordem: Passeriformes
Família: Fringillidae
Género: Fringilla
Espécie: Fringilla coelebs Linnaeus, 1758
Subespécies: 16 (com a recente actualização taxonómica o número de subespécies desceu para 7)

Os tentilhões que nidificam em Portugal pertencem à subespécie F. c. balearica. As aves invernantes, oriundas do norte e do leste da Europa, pertencem à subespécie nominal. Também é possível que apareça no país a subespécie F. c. gengleri, que nidifica nas ilhas britânicas. Nos Açores nidifica a subespécie F. c. moreletti e na Madeira a F. c. maderensis – estas duas subespécies foram recentemente elevadas a espécies pelo IOC e o portal Aves de Portugal será brevemente actualizado, de modo a reflectir esta alteração.

Identificação

O tentilhão-comum apresenta plumagens distintas para machos e fêmeas, sendo nesta última menos vistosa. Os machos ostentam um típico barrete azulado que se estende pela nuca até ao dorso, peito e faces avermelhados, e asas com padrão preto-e-branco bastante contrastantes. O bico é cónico e bastante robusto. Por outro lado, as fêmeas têm cores menos berrantes, apresentando os mesmos padrões nas asas, com o resto do corpo cinzento-acastanhado, mais claro nas partes inferiores.

Sons

Para ouvir a vocalização do tentilhão-comum, clique na seta abaixo!

Abundância e Calendário

O tentilhão-comum é residente, vendo contudo os efectivos serem aumentados pela chegada de invernantes durante o Outono. Durante este período o número de aves presentes é maior, mas esta espécie comporta-se de uma forma mais discreta que na Primavera, sendo portanto Março a Junho os melhores meses de observação. Os seus números variam bastante de região para região, mas nalguns locais o tentilhão é uma espécie abundante.

Mapas

Onde Observar

As melhores probabilidades encontram-se nos montados e bosques, onde é mais comum, sendo particularmente abundante em alguns locais da metade sul do território.

 

Entre Douro e Minho – distribui-se sobretudo pelas serras do Gerês e da Peneda, assim como pela serra de Arga, pelo Corno de Bico e pelo vale do Lima (sendo frequente nas lagoas de Bertiandos).

 

Trás-os-Montes – comum em alguns locais, como Miranda do Douro, a zona de Barca d’Alva e a serra da Nogueira. Pode também ser visto nas serras da Coroa, de Montesinho e do Larouco.

 

Litoral centro – presente nesta região em locais como o pinhal de Mira e as serras de Sicó e Alvaiázere, assim como no pinhal de Leiria. No Inverno observa-se junto à lagoa de Óbidos, ao paul da Madriz e às lagoas de Quiaios.

 

Beira interior – a zona do Sabugal e o Tejo Internacional são alguns dos melhores locais para observar esta espécie, assim como as encostas das serras da Estrela e de Montemuro e o vale do Côa. Ocorre também em Segura e na albufeira da Marateca.

 

Lisboa e vale do Tejo – na margem direita do Tejo ocorre sobretudo na serra de Sintra; já na margem esquerda o melhor local de observação situa-se no estuário do Tejo (Pancas), assim como na zona de Coruche. Também se observa no paul do Boquilobo; na passagem outonal ocorre na serra da Arrábida e no cabo Espichel.

 

Alentejo – bastante comum nas zonas de montados, nomeadamente em Arraiolos, nos montados de Cabeção e nas imediações da albufeira de Montargil. Também pode ser observado nas zonas de Nisa, Castelo de Vide e Marvão e também na serra de São Mamede. Na metade sul da região, ocorre em bons números na serra de Grândola, no estuário do Sado e na zona de Barrancos, sendo menos abundante no resto da área.

 

Algarve – durante a época dos ninhos está presente sobretudo na zona serrana e no barrocal, com os melhores locais a situarem-se nas serras de Monchique e do Caldeirão, e na Rocha da Pena. Também ocorre nos vales das ribeiras da costa vicentina, nomeadamente das ribeiras de Odeceixe e vale da Bordeira. Na costa sul é mais escasso, mas está presente na ria de Alvor, onde nidifica. No Outono e no Inverno é mais numeroso e ocorre um pouco por todo o Algarve.

Saber Mais

O nome específico do tentilhão, “coelebs” significa “celibatário” ou “solteirão” e foi originalmente dado por Lineu. O que terá levado o naturalista sueco a escolher este nome? Oiça esta conversa e ficará a saber a resposta! Falamos também da alimentação, da distribuição, das recentes alterações taxonómicas, dos movimentos migratórios e do estranho desaparecimento que acontece durante o Verão, em especial no sul do país.

 

Ligações externas