Junto à cidade de Viana do Castelo, o pequeno estuário do Lima não é certamente um dos locais mais visitados pelos observadores de aves nacionais e por isso a área encontra-se relativamente mal explorada do ponto de vista ornitológico.

 

Contudo, a sua localização costeira e o facto de já aqui terem sido observadas algumas espécies pouco frequentes leva a acreditar que este seja um local com bastante potencial, contando com uma área aproximada de 450 hectares de terrenos alagados e cerca de 200 hectares de campos e matas envolventes. Esta zona húmida apresenta uma riqueza apreciável em termos de avifauna, contando com a presença de um número considerável de espécies durante a maior parte do ano, destacando-se as importantes populações de patos-reais que aqui se refugiam e alimentam durante o Inverno.

Vista geral do estuário do Lima a partir do monte de Santa Luzia, na margem direita

Visita:

Estuário do Lima
Para obter uma perspectiva geral do estuário, recomenda-se uma subida ao monte de Santa Luzia, situado imediatamente a norte da cidade. A partir daqui avista-se facilmente a foz, o porto de Viana e as margens arenosas do rio.

Descendo até à cidade de Viana do Castelo vale a pena explorar o porto, onde é geralmente possivel observar três espécies de gaivotas: a gaivota-argêntea, a gaivota-d’asa-escura e o guincho-comum – a primeira destas especies é residente e julga-se que nidifique regularmente na cidade, enquanto as duas outras são essencialmente invernantes. Neste porto já foi observada a rara escrevedeira-das-neves. As zonas arborizadas da cidade (parques e avenidas) são frequentadas por inúmeras rolas-turcas. No jardim da praça General Barbosa existe um dormitório desta espécie e no Inverno forma-se aqui igualmente um dormitório de estorninhos-pretos e estorninhos-malhados.
Na parte oriental da cidade, junto ao clube náutico, obtém-se uma boa perspectiva sobre as ilhas existentes no meio do rio, onde frequentemente se juntam gaivotas, corvos-marinhos-de-faces-brancas e uma ou outra garça-real. Por vezes, um tartaranhão-dos-pauis pode ser visto a voar baixo sobre as ilhas.
Na margem sul, junto a Darque, existem algumas zonas de margens arenosas onde é frequente encontrar pequenos bandos de limícolas. As espécies mais frequentes neste local são o borrelho-grande-de-coleira, o borrelho-de-coleira-interrompida, o pilrito-das-praias e o maçarico-das-rochas.
Outras aves aquáticas que aqui ocorrem incluem o corvo-marinho-de-faces-brancas, a garça-branca-pequena e o garajau-comum. Nas zonas circundantes existe alguma vegetação herbácea, onde se podem ver alguns
passeriformes, como a petinha-dos-prados, o cartaxo-comum, a fuinha-dos-juncos e o exótico bico-de-lacre.

 

Veiga de São Simão

Saindo de Viana do Castelo em direcção ao Porto pela A28, após a ponte, sair em direcção a Ponte de Lima até ao cruzamento com a N203, aqui virar à direita em direcção a Darque e na primeira rotunda sair novamente à direita pela rua de São Simão em direcção à praia fluvial. Após 800 metros, junto a um cruzeiro de pedra, encontrará os primeiros canaviais e lagoas da veiga de São Simão.
Neste local podem ser observados com relativa facilidade diversas espécies de aves aquáticas, a saber: rouxinol-pequeno-dos-caniços, garça-real, garça-branca-pequena, pato-real, frango-d’água e galinha-d’água, bem como algumas aves de rapina (tartaranhão-dos-pauis e bútio-comum). Já foram efectuadas neste local algumas observações da escrevedeira-dos-caniços e da felosa-dos-juncos durante a sua passagem migratória. Nas zonas de juncal direcção nordeste podem ser observados facilmente a fuinha-dos-juncos e o cartaxo-comum. As matas envolventes a sueste e nordeste são frequentadas pelo rouxinol-bravo e por várias espécies florestais como o dom-fafe, o pisco-de-peito-ruivo, a estrelinha-real, o pica-pau-malhado, o pica-pau-verde, o torcicolo e praticamente todas as espécies de chapins.
Se continuar em direcção à praia-fluvial encontrará com facilidade à sua direita a ribeira de São Simão. Esta ribeira tem cerca de 5 km de extensão, faz uma ligação “umbilical” ao meio estuarino e recorta paralelamente ao rio Lima a veiga em duas metades. O guarda-rios é a espécie que mais facilmente se observa nesta ribeira, no entanto, o seu território é partilhado por outras espécies como a galinha-d’água e a garça-real.

Esta ribeira termina nas lagoas de Vila Franca que são um ponto de paragem obrigatório para qualquer amante da natureza. Em termos de avifauna podem ser observados neste local o mergulhão-pequeno, a garça-branca-pequena, a garça-real, a galinha-d’água e o guarda-rios

Melhor época: Outono e Inverno para o estuário; Primavera para a veiga de São Simão

Distrito: Viana do Castelo
Concelho: Viana do Castelo
Onde fica: cerca de 50 km a norte do Porto, junto à cidade de Viana do Castelo – esta é servida pelas auto-estradas A27 e A28.