Esta espécie pertence à Ordem Charadriiformes.

Comum, mas nem sempre fácil de identificar, o pilrito-comum é uma das espécies mais representativas das nossas zonas húmidas costeiras.

 

Taxonomia

Ordem: Charadriiformes
Família: Scolopacidae
Género: Calidris
Espécie: Calidris alpina (Linnaeus, 1758)
Subespécies: 10

Em Portugal, ocorrem regularmente três subespécies: a nominal, a C. a. schinzii e a C. a. arctica.

Identificação

Trata-se de uma pequena limícola de aspecto algo incaracterístico: a plumagem tem tons que variam entre o castanho e o cinzento, mas sem nenhuma marca particular; o bico é longo e ligeiramente recurvado, sendo mais longo que o do pilrito-pequeno e mais curto que o do pilrito-de-bico-comprido; quando é visto em voo apresenta um padrão comum a diversas outras espécies, como a risca alar branca e o uropígio branco com uma risca central preta. É na Primavera que este pilrito se torna subitamente óbvio, pois, quando enverga a plumagem nupcial, o ventre preto contrasta fortemente com o branco que cobre as partes inferiores. Em todas as épocas do ano, o som monossilábico que emite em voo é uma das chaves para a sua identificação.

Abundância e Calendário

Esta espécie é geralmente uma das mais numerosas nos estuários portugueses, não sendo raro observar concentrações de algumas centenas ou mesmo milhares de indivíduos. Oriundo dos seus terrenos de nidificação do norte da Europa, o pilrito-comum ocorre em Portugal sobretudo como migrador de passagem e invernante, mas na prática pode ser observado durante todo o ano, pois mesmo nos meses de Verão ocorrem aqui alguns indivíduos não reprodutores. Os números observados flutuam bastante de mês para mês, dado que muitas aves se encontram apenas de passagem. Alimenta-se sobretudo em zonas de vasa. Quando a maré sobe, por vezes refugia-se nas salinas, associando-se frequentemente a borrelhos ou outras espécies de pilritos.

Mapas

Onde Observar

Este pilrito observa-se nas grandes zonas húmidas costeiras, sendo geralmente umas das espécies mais bem representadas nos grandes bandos mistos de limícolas.

 

Entre Douro e Minho – ocorre regularmente nos estuários do Minho, do Cávado e do Douro.

 

Litoral centro – pode ser visto na ria de Aveiro, no estuário do Mondego e na lagoa de Óbidos.

 

Lisboa e Vale do Tejo – o estuário do Tejo, onde invernam vários milhares de indivíduos, é o principal local da região para observação desta espécie, que pode ser vista com regularidade no sítio das Hortas e, em pequenos números, no Parque do Tejo.

 

Alentejo – o pilrito-comum é fácil de encontrar no estuário do Sado, onde é bastante numeroso; ocorre igualmente, mas em menor número, na lagoa de Santo André e no estuário do Mira; ocasionalmente aparece em albufeiras no interior da região, nomeadamente na lagoa dos Patos.

 

Algarve – tal como a maioria das outras limícolas estuarinas, pode ser visto na ria de Alvor, no estuário do Arade, na ria Formosa, na Quinta do Lago, nas salinas de Santa Luzia e no sapal de Castro Marim. Por vezes ocorre, em pequenos números, no paul de Lagos e nas salinas de Odiáxere. Durante as épocas de passagem surge ocasionalmente na Carrapateira.

 

Documentação

Ficha do pilrito-comum no Plano Sectorial da Rede Natura 2000

Ligações externas