Esta espécie pertence à Ordem Caprimulgiformes.

Misteriosos e simultaneamente fascinantes, os noitibós são aves insectívoras de hábitos crepusculares. O noitibó-da-europa faz-se notar principalmente pelo seu canto que faz lembrar um insecto.

Sabe quando chegam os primeiros noitibós-europeus?
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Taxonomia

Ordem: Caprimulgiformes
Família: Caprimulgidae
Género: Caprimulgus
Espécie: Caprimulgus europaeus Linnaeus, 1758
Subespécies: 6

Em Portugal nidifica a subespécie C. e. meridionalis. A subespécie nominal, oriunda do norte da Europa, ocorre na Península Ibérica durante as suas migrações.

Identificação

As longas asas e a longa cauda, muitas vezes vistas em silhueta, é geralmente o que se consegue ver desta curiosa ave, que sai para caçar depois do pôr-do-sol. Mais pequeno que o seu congénere noitibó-de-nuca-vermelha, o noitibó da Europa caracteriza-se por ter a plumagem predominantemente cinzenta, sem qualquer colar ruivo em torno do pescoço (por isso também é chamado noitibó-cinzento). A fêmea distingue-se do macho (e da fêmea de noitibó-de-nuca-vermelha) pela ausência de manchas brancas nas asas. Os juvenis também não apresentam essas manchas. Contudo, é através do canto que a separação das duas espécies de noitibó é mais fácil: o noitibó da Europa tem um canto composto por um trinado contínuo, que ouvido nas noites quentes de Junho pode ser confundido com o de uma cigarra.

Sons

Para ouvir a vocalização do noitibó-europeu, clique na seta abaixo!

Abundância e calendário

A distribuição do noitibó da Europa é, em certa medida, complementar da do noitibó-de-nuca-vermelha e abrange principalmente a região a norte do Tejo. Embora não possa ser considerado abundante, é relativamente comum em certas zonas, principalmente na confluência de zonas florestais com terrenos mais abertos. É uma espécie estival, que chega bastante tarde – o seu canto raramente se faz ouvir antes do final de Abril. Assim, é nos meses de Maio e Junho que este noitibó pode ser observado com mais facilidade.

Mapas

Onde Observar

Devido aos seus hábitos crepusculares e nocturnos, a sua região de ocorrência é mal conhecida, contudo é sobretudo a norte do Tejo que este noitibó pode ser observado.

 

Entre Douro e Minho – ocorre na serra da Peneda e na zona de Guimarães.

 

Trás-os-Montes – pode ser visto na serra de Montesinho e na zona de Miranda do Douro.

 

Litoral centro – é relativamente comum nesta região, podendo ser observado em zonas de pinhal, nomeadamente na região de Mira.

 

Beira interior – ocorre um pouco por toda a região, sendo a serra da Estrela um dos locais onde pode ser ouvido a cantar com regularidade.

 

Lisboa e Vale do Tejo – pode ser observado na zona de Pancas (estuário do Tejo), no paul do Boquilobo e na zona de Coruche. Também se observa na zona de Mafra.

 

Alentejo – relativamente raro na região, distribui-se sobretudo ao longo da faixa costeira, podendo ser ouvido a cantar no estuário do Sado e na zona da lagoa de Santo André, mas também aparece mais a sul, por exemplo junto ao estuário do Mira; ocorre ainda no extremo norte da região, particularmente na zona de Nisa.

 

Algarve – ocorre principalmente durante a passagem migratória; o cabo de São Vicente é um dos locais onde tem sido observado no início do Outono.

 

Saber Mais

Em Portugal ocorrem duas espécies de noitibós. Ambas são migradoras e embora sejam bastante parecidas há formas de as distinguir. Neste webinário falamos sobre as características das duas espécies e das diferenças entre elas.

 

 

Documentação

Ficha do noitibó-europeu no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (edição 2005)
Ficha do noitibó-europeu no Plano Sectorial da Rede Natura 2000

Ligações externas