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Cruza-bico
Loxia curvirostra
As mandíbulas cruzadas, que lhe permitem abrir as pinhas para extrair as
sementes, fazem do cruza-bico uma das mais curiosas aves selvagens que ocorrem
em Portugal.
Identificação
O cruza-bico é maior que um verdilhão, sendo assim um dos maiores elementos da
sua família. O macho adulto é todo vermelho-carmim, a fêmea e os juvenis são
esverdeados. Contudo, é o bico, cujas mandíbulas se cruzam na ponta, que mais
facilmente caracteriza e permite identificar esta espécie.
Abundância e calendário
Imprevisível é o adjectivo que melhor descreve a ocorrência do cruza-bico em
Portugal. Em certos anos a espécie surge em bons números enquanto que noutros
está praticamente ausente. Estas flutuações estão relacionadas com “invasões” ou
“irrupções” que se dão no Norte da Europa e levam à migração de um grande
número de indivíduos em direcção a sul. As duas últimas grandes invasões que
atingiram Portugal deram-se em 1990 e 1993, tendo-se registado pequenos
influxos em anos mais recentes.

Onde observar
Dado o carácter imprevisível da sua ocorrência, não existem locais onde a presença do cruza-bico
possa ser considerada regular. Ainda assim, há algumas zonas que parecem ser particularmente
favoráveis à observação de cruza-bicos nos anos de invasões.
 | | Entre Douro e Minho – a serra do Gerês é um dos poucos locais onde a espécie pode ser |
| | vista, nos anos em que a espécie aparece em Portugal.
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 | | Beira interior – a serra da Estrela, onde existem plantações de pinheiro-de-casquinha, é |
| | uma zona onde o cruza-bico pode, por vezes, ser observado, nos meses que se seguem às invasões.
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 | | Lisboa e Vale do Tejo – a espécie é rara nesta região, mas em anos de irrupções tem sido |
| | observada na serra de Sintra, nas zonas florestais da cidade de Lisboa e no cabo Espichel.
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 | | Algarve – o cabo de São Vicente e a ria de Alvor são dois locais onde a espécie pode ser |
| | observada, em certos anos, desde Agosto ou Setembro até ao fim do ano.
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Nos anos de invasões, os primeiros cruza-bicos
surgem geralmente no mês de Agosto, havendo
depois novas observações ao longo do Outono. Por
vezes a espécie permanece até à Primavera
seguinte, chegando mesmo a nidificar em certos
anos. O cruza-bico surge quase sempre em zonas
de pinhal, apresentando preferência por plantações
de pinheiro-de-casquinha.
Clique na seta para ouvir o canto do cruza-bico!
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Estatuto de conservação em Portugal:
Vulnerável (pop. residente) Info. insuficiente (invernada)
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