Erguendo-se a 1225 metros de altitude, a serra da Gardunha é uma das elevações mais importantes da Beira Baixa. Algumas espécies de aves características de zonas serranas atingem aqui o limite sul da sua área de distribuição em Portugal.

A parte superior da serra da Gardunha é formada por grandes blocos graníticos

Visita:

O acesso de Castelo Novo permite subir ao ponto mais alto da serra. Para o efeito deve sair-se da A23 no nó de Castelo Novo e seguir as indicações que levam até esta localidade. Na aldeia propriamente dita há rola-turca, rabirruivo-preto e estorninho-preto. Vale igualmente a pena procurar o melro-azul na zona do castelo.
Na Primavera observam-se aqui bandos de andorinhões-pretos e ouve-se facilmente o canto do papa-figos. Outras espécies facilmente observáveis na aldeia ou nas suas imediações são o abelharuco, a poupa e a alvéola-branca.
Atravessando a aldeia e passando junto às instalações das “Águas do Alardo”, é possível seguir por um caminho sinuoso, que por entre penedos e giestas conduz até ao alto da serra. Ao longo da subida, alguns pinheiros isolados, que escaparam aos incêndios, testemunham o coberto florestal que aqui existiu e são aproveitados por aves como o chapim-real ou a trepadeira-comum. No entanto, as encostas encontram-se predominantemente despidas e assim as aves mais comuns são espécies típicas de zonas de matos com clareiras, como a cotovia-arbórea, o cartaxo, a felosa-poliglota, a toutinegra-do-mato, o pintarroxo e a cia. O canto do rouxinol-comum pode ouvir-se com frequência durante a Primavera. No alto dos penedos observa-se por vezes o melro-azul.
Ao fim de 3 km surge uma bifurcação: em frente, para o topo da serra (os últimos quilómetros são de asfalto), para a direita, até à casa florestal de Castelo Novo – ambos os caminhos merecem uma prospecção. Subindo pelo caminho da esquerda, atravessa-se uma zona de penedos onde ocorrem alguns passeriformes característicos de zonas de altitude, como o papa-amoras, a sombria e a cia. No alto da serra (onde existem diversas antenas de telecomunicações) existem relativamente poucas aves. Entre as espécies que aqui costumam marcar presença são de referir o cartaxo, o melro-azul e o corvo.

Saindo de Castelo Novo em direcção ao Fundão pela N18, chega-se à aldeia de Alpedrinha. Aqui ocorre o andorinhão-pálido (mais claro que o seu congénere andorinhão-preto, que ocorre em Castelo Novo). A proximidade entre os locais de ocorrência das duas espécies oferece uma boa oportunidade de comparação.

 

A partir de Alcongosta é possível explorar a vertente norte da serra. Para chegar a esta aldeia, seguem-se as indicações a partir da N18 ou do Fundão. Ao chegar à aldeia, há que procurar os sinais que indicam “Floresta” ou “Casa do Guarda”. Segue-se então por uma estrada asfaltada que sobe por entre plantações de diversas resinosas, entre as quais pinheiros-negros e pinheiros-de-casquinha. Uma paragem neste local permitira ouvir diversas espécies florestais, como o pombo-torcaz, o pisco-de-peito-ruivo, a estrelinha-de-cabeça-listada, o chapim-de-poupa, o chapim-carvoeiro e o gaio. No Inverno já aqui têm sido observados pequenos bandos de lugres, alimentando-se nos pinheiros.
Prosseguindo por esta estrada, chega-se finalmente a “Casa do Guarda” – na Primavera, este é um bom local para procurar o papa-amoras. A partir daqui, um caminho de terra permite chegar às zonas mais elevadas. Sugere-se uma subida até à zona das antenas (situada a cerca de 2 km) – aqui, a paisagem é dominada por arbustos e rochedos, sendo um bom local para observar a sombria. Outras aves que aqui ocorrem são a cotovia-arbórea e a omnipresente cia.

Melhor época: Primavera

Distrito: Castelo Branco
Concelho: Fundão
Onde fica: sensivelmente a meio caminho entre as cidades de Castelo Branco e Covilhã, imediatamente a sul do Fundão. O acesso é feito pela auto-estrada A23, que liga Torres Novas à Guarda, saindo no nó do Fundão ou no de Castelo Novo.