Esta é das espécies mais facilmente distinguíveis a partir de terra, com a postura das asas arqueadas, o bico amarelo e o tipo de voo característico, com arcos pronunciados sobre o mar.
Vulnerável (Continente) Pouco preocupante (Açores) Pouco preocupante (Madeira)
Taxonomia
Ordem: Procellariiformes
Família: Procellariidae
Género: Calonectris
Espécie: Calonectris borealis (Scopoli, 1769)
A espécie é monotípica.
Identificação
Uma das aves mais emblemáticas das nossas costas, sobretudo por ser a pardela mais comum durante uma parte do ano. Distingue-se facilmente das restantes aves marinhas pelo bico amarelo, pelas asas brancas bordeadas a castanho nas partes inferiores e pelo tipo de voo muito característico: as cagarras voam normalmente produzindo um arco entre as pontas das asas, diferenciando-se das restantes pardelas, como a pardela-balear, que voam com as pontas das asas alinhadas, como se tratasse de uma «tábua». Além de ser a maior pardela do Atlântico, é a única que pode ser observada a voar alto, podendo inclusive ser vista a elevar-se planando em correntes térmicas, tal como pode fazer um grifo.
Abundância e Calendário
A cagarra é comum ao longo da nossa costa, especialmente durante os picos de passagem entre final de Agosto e Novembro, e durante os meses de Fevereiro e Março, aproximando-se com relativa frequência de terra. Está ausente durante o Inverno.
Mapas
Onde Observar
Trata-se de uma espécie que é observada frequentemente ao longo da costa portuguesa, especialmente quando forma grupos poisados na água, as chamadas «jangadas».
- Entre Douro e Minho – nesta região, ocorre ao longo de toda a costa, sendo mais comum ao largo dos estuários do Lima e do Cávado. No entanto, aparentemente não frequenta as zonas mais próximas da linha costeira como o faz noutras zonas mais a sul, pelo que a observação não será tão facilitada como em alguns promontórios descritos à frente.
- Litoral centro – junto às Berlengas e ao cabo Carvoeiro ocorrem frequentemente grupos numerosos. Naquela ilha nidifica a única população da costa continental portuguesa. Assim, outra alternativa prende-se com a travessia Peniche- Berlenga, onde deverá ser fácil o avistamento desta espécie na época adequada.
- Lisboa e Vale do Tejo – o cabo Espichel e o cabo Raso constituem os melhores locais de observação desta ave marinha, até porque é comum aproximarem-se da linha de costa, permitindo bons avistamentos. A cagarra também ocorre frequentemente ao largo da praia do Guincho e do cabo da Roca.
- Alentejo – o cabo de Sines e o cabo Sardão podem proporcionar boas observações desta espécie. No entanto, ela é pouco comum ao largo desta costa.
- Algarve – durante as passagens, esta espécie ocorre um pouco por toda a costa oeste e sul desta região. Porém, os locais onde a observação desta espécie é mais proveitosa são o cabo de São Vicente e a Ponta da Piedade.
Saber Mais
Descubra mais sobre a cagarra vendo a gravação do nosso webinário “Cagarras – sentinelas do oceano“.
Documentação
Ficha da cagarra no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (edição 2005)
Ficha da cagarra no Plano Sectorial da Rede Natura 2000
Atlas das Aves Marinhas – Calonectris borealis
Ligações externas
- Cagarras, o fascinante mundo da ave genuinamente portuguesa
- Investigadores da expedição às selvagens pretendem colocar chips em cerca de 30 cagarras
- SPEA denuncia: Apesar de proibida, a caça de cagarra continua
- Câmara acompanha cria de cagarra na Berlenga
- Life Berlengas – Calonectris borealis
- Atlas das aves marinhas de Portugal – Calonectris borealis
- Associação para a invsetigação do meio marinho – Calonectris borealis