A vasta paisagem desarborizada do “Campo Branco” é certamente uma das mais impressionantes de Portugal. A imensidão da planície, que se estende a perder de vista, esconde uma das maiores concentrações de aves estepárias do país.

Na planície de Castro Verde quase não existem árvores, o que oferece boas condições para a ocorrência de abetardas

Visita:

A planície de Castro Verde é atravessada por três eixos principais: a estrada nacional 2, que a percorre na direcção norte-sul, e a estrada nacional 123, que a percorre de leste para oeste e o IP2, que a atravessa obliquamente de nordeste para sudoeste. Da vila de Castro Verde saem assim radialmente seis estradas e todas elas apresentam boas oportunidades de observação.

Para norte, a estrada nacional 2 conduz à zona do Carregueiro. Ao longo desta estrada, que é ladeada por uma alameda de eucaliptos, é possível observar diversos ninhos de cegonha-branca, instalados em árvores ou postes. Muitos destes ninhos servem de suporte a colónias de pardal-espanhol. Nas planícies envolventes é fácil encontrar o tartaranhão-caçador, o sisão e o trigueirão. Alguns quilómetros a norte, junto a uma antiga casa de cantoneiros, existe um caminho agrícola para a esquerda, que entra pela planície. Vale a pena percorrer esse caminho durante um ou dois quilómetros para tentar ver as abetardas que ocorrem nas zonas mais afastadas das casas e das estradas. As searas envolventes albergam bons números de calhandras-reais e, no Inverno, a zona é frequentada por bandos de abibes e de tarambolas-douradas.

 

Para nordeste de Castro Verde, sai o IP2 em direcção a Beja. O troço mais interessante corresponde aos primeiros dez quilómetros, até à aldeia de Entradas. Esta via é bastante movimentada, felizmente a estrada antiga, que corre paralela à via principal, permite estacionar em segurança e realizar observações. Ao longo deste percurso existem boas hipóteses de observação de abetardas. No Inverno são frequentes os bandos de abibes e tarambolas-douradas.

Para leste, a estrada nacional 123 leva-nos até São Marcos da Atabueira. Ao longo desta estrada também há bastantes ninhos de cegonha-branca, com as suas colónias de pardal-espanhol. Esta é outra zona excelente para procurar abetardas, que normalmente são vistas à distância. Com sorte, poderá observar aqui alguns cortiçóis-de-barriga-preta. O papa-figos é relativamente comum na área e por vezes refugia-se nos eucaliptos ao longo da estrada. As ribeiras que correm nesta zona são um bom local para procurar o raro rouxinol-do-mato. No Inverno é frequente encontrar milhafres-reais a caçar sobre a estrada e podem ver-se bandos de grous. Os postes telefónicos existentes ao longo desta estrada encontram-se numerados, facilitando a referenciação de pontos observação. Um dos locais mais conhecido dos ornitólogos é o caminho que conduz ao Monte da Apariça (este caminho sai para a esquerda, em frente ao poste numero 206). Este caminho atravessa uma zona de pastagens onde são frequentes as calhandras-reais (no Inverno tambem há grandes bandos de lavercas). Neste local também é habitual observar o picanço-real.

Melhor época: Janeiro a Junho; Outubro a Dezembro

Distrito: Beja
Concelho: Castro Verde
Onde fica: na parte mais meridional do Baixo Alentejo, cerca de 40 quilómetros a sudoeste de Beja. É atravessado pelo IP2.