Situada no extremo norte do país, integrando o Parque Nacional da Peneda-Gerês, a serra da Peneda ergue-se a mais de 1300 metros de altitude. A paisagem desta região é dominada por grandes rochedos, que alternam com manchas de carvalhais e planaltos desarborizados. Não tendo a pressão de visitantes que existe na parte central do parque, esta zona permite efectuar observação de aves com tranquilidade e oferece a possibilidade de observar algumas aves características do norte do país.
Grandes aves terrestres:
tartaranhão-caçador, pombo-torcaz, cuco-canoro, andorinhão-preto, pica-pau-verde
Passeriformes:
laverca, andorinha-das-rochas, andorinha-dáurica, petinha-das-árvores, alvéola-cinzenta, alvéola-branca, carriça, ferreirinha-comum, pisco-de-peito-ruivo, rabirruivo-preto, cartaxo-comum, melro-das-rochas, tordo-músico, felosa-poliglota, papa-amoras, toutinegra-de-barrete, felosa-ibérica, estrelinha-real, chapim-rabilongo, chapim-de-poupa, chapim-carvoeiro, trepadeira-azul, trepadeira-comum, picanço-de-dorso-ruivo, gaio, gralha-preta, pintarroxo, cruza-bico, escrevedeira-amarela, cia
Visita:
A zona de Lamas de Mouro, onde existe um centro de interpretação do parque nacional, serve de ponto de partida à exploração da zona. Neste local existe bosque misto bem desenvolvido, composto por vidoeiros, pinheiros-de-casquinha e outras resinosas. A melhor forma de explorar a zona consiste em percorrer o trilho interpretativo (cerca de 5 km – 2 horas), que atravessa diversos habitats. Entre as aves que podem ser vistas ao longo deste percurso, merecem destaque o tordo-comum, que ocorre na zona durante a época de nidificação e pode ser ouvido a cantar, a petinha-das-árvores com o seu espectacular voo em para-quedas, o papa-amoras (que por vezes pousa nos fios eléctricos) e o picanço-de-dorso-ruivo. Outras espécies que aqui podem ser observadas incluem o pombo-torcaz, o pica-pau-verde, a felosa-poliglota, a estrelinha-de-cabeça-listada, o chapim-de-poupa, o chapim-carvoeiro, a trepadeira-azul e a trepadeira-comum, bem como diversas outras espécies mais comuns.
Para explorar as zonas de maior altitude, vale a pena prosseguir pela N202-3 até Castro Laboreiro. A partir desta vila irradiam várias estradas, que permitem explorar a serra da Peneda e os seus diferentes habitats.
Entre as espécies mais comuns nesta área e que podem ser vistas e ouvidas com frequência refiram-se: a alvéola-branca, o rabirruivo-preto (presente em quase todas as aldeias), o pisco-de-peito-ruivo, a toutinegra-de-barrete-preto e o gaio. Para sueste, a estrada que conduz à fronteira de Ameijoeira (ou Ameixoeira) atravessa boas manchas de carvalhal, onde é possível ver e ouvir a felosa-ibérica.
Mais para leste, vale a pena tomar a pequena estrada que conduz à aldeia de Portos, que permite visitar zonas de altitude, onde a vegetação é mais esparsa. Aqui ocorrem a laverca, a petinha-das-árvores e o cartaxo-comum.
Saindo de Castro Laboreiro para norte pela N202-3, toma-se à direita a estrada para Rodeiro, ao longo da qual é possível ver a cia e, com alguma sorte, a escrevedeira-amarela, que aqui é consideravelmente menos frequente que na vizinha serra do Gerês.
Ainda ao longo da N202-3, vale a pena parar junto à aldeia de Portelinha, onde existe um vasto planalto onde a laverca é muito comum e onde também é possível observar o papa-amoras. Este planalto pode ser acedido por um caminho não asfaltado, que sai da aldeia em direcção a norte.
Melhor época: Maio a Julho
Distrito: Viana do Castelo
Concelho: Melgaço
Onde fica: no noroeste do país, cerca de 80 km para nordeste de Viana do Castelo. Para chegar a Lamas de Mouro, toma-se a N202 a partir de Melgaço (seguindo-se depois a N202-3 que conduz a Castro Laboreiro). Em alternativa, segue-se pela mesma N202 a partir de Arcos de Valdevez passando por Soajo e prosseguindo para norte através da Senhora da Peneda.