Nos confins da Beira Baixa, onde o rio Tejo forma a fronteira natural entre Portugal e Espanha, situa-se uma das zonas mais inóspitas e remotas do território português. Esta zona árida, com baixa ocupação humana, é uma área de excelência para observação de aves, em especial para as grandes aves planadoras. Visitar o Tejo Internacional é uma experiência singular que merece ser vivida por todos os observadores de aves.
Grandes aves terrestres:
cegonha-preta, águia-cobreira, abutre-do-egipto, grifo, águia-imperial, águia-de-bonelli, águia-calçada, rola-brava, cuco-canoro, abelharuco, poupa
Passeriformes:
calhandrinha, cotovia-montesina, cotovia-arbórea, andorinha-das-rochas, rouxinol-comum, chasco-ruivo, chasco-preto, tordoveia, fuinha-dos-juncos, toutinegra-real, picanço-barreteiro, papa-figos, pega-azul, gralha-preta, estorninho-preto, pardal-espanhol, bico-grossudo, trigueirão
Visita:
A área designada por Tejo Internacional é vastíssima e uma grande parte não tem acesso a automóveis ou encontra-se vedada. O percurso aqui proposto permite conhecer algumas das zonas mais interessantes.
A visita inicia-se na aldeia de Rosmaninhal. Aqui existe uma interessante colónia de andorinha-dos-beirais, construída sob as telhas a poucos metros do chão e que por isso permite observar facilmente os ninhos. Outras espécies que ocorrem na aldeia incluem o andorinhão-preto e o estorninho-preto.
A partir daqui pode tomar-se a estrada de Soalheiras (que sai para oeste). Esta estrada atravessa terrenos abertos, onde existem algumas azinheiras dispersas. Ao longo deste percurso é possível observar a andorinha-das-rochas (na primeira ponte), o abelharuco, a calhandrinha, a cotovia-arbórea, a tordoveia, o papa-figos e um elevado número de pegas-azuis, que aqui são extraordinariamente comuns.
Ao fim de alguns quilómetros, junto a uma pequena mata de eucaliptos, existe uma estrada à esquerda que nos permite seguir na direcção do Tejo. A partir daqui atravessa-se uma área de azinhal disperso. Entre as espécies mais abundantes nesta zona destacam-se: a pega-azul, o picanço-barreteiro e a cotovia-montesina. Aqui ocorrem igualmente o chasco-ruivo e o bico-grossudo.
Vale a pena estar atento às aves de rapina, pois ao longo deste percurso ocorrem habitualmente diversas espécies de grande porte, nomeadamente abutres e grandes águias. Este percurso atravessa vastos campos de rosmaninho, que na Primavera exalam o seu cheiro característico.
Nas primeiras três bifurcações toma-se a opção da esquerda e na quarta bifurcação toma-se a da direita, chegando-se por fim ao Posto dos Alares. Este antigo posto da Guarda Fiscal situa-se numa pequena mata de eucaliptos, que permite obter uma agradável sombra nas horas de maior calor. As zonas circundantes podem ser exploradas a pé. Este local é particularmente bom para procurar a rara toutinegra-real. Também aqui ocorre a cegonha-preta. Outras espécies habitualmente presentes na zona incluem o picanço-barreteiro.
Voltando à estrada de alcatrão e virando à esquerda, prosseguindo mais alguns quilómetros, chega-se à aldeia de Cegonhas. À saída desta aldeia, na direcção de Monforte, existe um pequeno eucaliptal que alberga uma grande colónia de pardal-espanhol
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Melhor época: Primavera (Março a Junho)
Distrito: Castelo Branco
Concelho: Idanha-a-Nova
Onde fica: Na Beira Baixa, junto ao Rio Tejo. O acesso é feito a partir de Castelo Branco pela N240 ou a partir de Idanha-a-Nova pela N355, até à aldeia de Rosmaninhal