Este migrador de passagem é uma das aves mais comuns no nosso território, embora apenas por um curto período de tempo, no final do Verão e no início do Outono. Em certos anos também aparece na Primavera, mas em números muito mais reduzidos.

Veja as datas aqui.
Taxonomia
Ordem: Passeriformes
Família: Muscicapidae
Género: Ficedula
Espécie: Ficedula hypoleuca (Pallas, 1764)
Subespécies: 3
A maioria das aves que passa por Portugal pertence à subespécie nominal, mas deverão ocorrer também alguns indivíduos da subespécie F. h. iberiae, que nidifica em Espanha.
Identificação
No período em que o papa-moscas-preto ocorre no nosso território apresenta já a plumagem de Inverno, menos vistosa que a plumagem nupcial. Esta última é raramente observada em Portugal, tratando-se basicamente de uma combinação de preto no dorso e nuca, cauda preta, asas pretas com mancha branca nas primárias, e peito e garganta brancos (nos machos). No Outono, esta espécie substitui os pretos por tonalidades acastanhadas, e sem ostentar a típica mancha branca na testa. Em ambas as plumagens é bastante notória a mancha branca nas asas, típica desta espécie.
Sons
Para ouvir a vocalização do papa-moscas-preto, clique na seta abaixo!
Abundância e Calendário
Presente durante os períodos migratórios, sendo particularmente comum na passagem outonal (de Agosto a princípios de Novembro), sendo Setembro o melhor mês de observação. Pode ocorrer um pouco por todo o lado, sendo mais frequentemente observado junto ao litoral.
Mapas
Onde Observar
Torna-se mais frequente em zonas florestadas, embora também possa ocorrer junto a zonas húmidas, em parques e jardins urbanos, e ainda em zonas costeiras.
Entre Douro e Minho – pode ser visto em locais como o pinhal do Camarido, junto ao estuário do Minho, e o Parque da Cidade, no Porto. |
Trás-os-Montes – alguns dos melhores locais situam-se nas serras do Gerês e de Montesinho, onde podem também ocorrer durante a Primavera. |
Litoral centro – está presente sobretudo ao longo da faixa costeira, sobretudo nos pinhais de Mira e de Leiria, assim como junto à lagoa de Óbidos e no paul da Madriz. |
Beira interior – observa-se na serra da Estrela durante a passagem migratória. |
Lisboa e Vale do Tejo – durante a passagem outonal, é uma espécie abundante no estuário do Tejo (zona de Pancas). Pode ser vista também na serra de Sintra, junto ao cabo Espichel, na serra da Arrábida e em alguns parques e jardins da cidade de Lisboa, e ainda no Parque do Tejo. |
Alentejo – espécie relativamente frequente no estuário do Sado, na lagoa de Santo André e junto ao cabo Sardão, assim como na zona de São Cristóvão. |
Algarve – um dos melhores locais de observação desta espécie em Portugal é a zona de Sagres e do cabo de São Vicente, onde pode ocorrer em grande número. Também o Ludo e a Quinta do Lago proporcionam boas observações desta espécie, assim como a serra do Caldeirão e a ria de Alvor. |
Ligações externas
- Crónicas naturais: donde vindes, taralhões loucos…?
- Nem sempre as aves com as penas mais “bonitas” têm maior sucesso reprodutor
- Esta pequena ave atravessa o maior deserto do mundo sem descansar
- Devolução à Natureza de um papa-moscas-preto