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Milhafre-real
Milvus milvus
Outrora uma imagem frequente na Primavera, o voo calmo do milhafre-real, com as
suas janelas pálidas e a cauda a servir de leme, tem-se tornado cada vez mais um
ícone da época fria.
Identificação
Apenas confundível com o milhafre-preto, o milhafre-real é ligeiramente maior, com
tonalidade mais clara e padrões mais bem definidos e cauda bastante mais forcada
que a daquela espécie. Ostenta "janelas" claras muito nítidas na base das primárias,
na parte inferior das asas; a cauda é quase cor de ferrugem; a cabeça acinzentada
contrasta com o castanho-claro do resto do corpo, muito mais do que acontece no
milhafre-preto. Tratando-se de uma rapina de média-grande dimensão, é um
planador exímio sendo frequentemente observado a circular em correntes térmicas.
Abundância e calendário
Como nidificante, o milhafre-real encontra-se em declínio acentuado e tornou-se
bastante raro em Portugal, sendo hoje uma ave extremamente ameaçada.
Distribui-se quase exclusivamente pelo interior norte. Em contrapartida, durante o
Inverno e, nomeadamente, entre Novembro e Fevereiro, os efectivos são
reforçados por aves invernantes provenientes da Europa Central e do Norte,
tornando-se então relativamente frequente no interior sul.


Onde observar
 | | Beira interior – durante a época reprodutora ocorre em números |
| | reduzidos junto à fronteira, podendo ser visto por exemplo no planalto de Riba Côa e na região do Sabugal.
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 | | Alentejo – há vinte e cinco anos, o milhafre-real invernava apenas na |
| | margem esquerda do Guadiana, mas actualmente pode ser visto durante o período de invernada em quase toda a metade interior da região: barragem da Póvoa, Elvas, albufeira do Caia, albufeira do Alqueva, Arraiolos, Mourão, Barrancos e Castro Verde são os melhores locais para observar esta espécie, que também ocorre em Alter do Chão, na albufeira do Roxo, na lagoa dos Patos e no aterro sanitário de Beja.
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 | | Algarve – raro e irregular, aparece por vezes no período outonal junto ao |
| | cabo de São Vicente.
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Estatuto de conservação em Portugal:
Criticamente em perigo (resid.) Vulnerável (invernada)
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