Não muito longe de Alcochete, o chamado Paul da Barroca é um local de excelência para observação de aves aquáticas de caniçal e nos últimos anos tem-se notabilizado, no Inverno, pela ocorrência de grandes bandos de íbis-pretas.
Aves aquáticas:
pato-real, corvo-marinho-de-faces-brancas, garçote, papa-ratos, garça-branca-pequena, garça-branca-grande, garça-vermelha, garça-real, íbis-preta, colhereiro, galinha-d’água, pernilongo, narceja-comum, maçarico-de-bico-direito, maçarico-bique-bique, maçarico-das-rochas, guincho-comum, guarda-rios
Grandes aves terrestres:
garça-boieira, cegonha-branca, peneireiro-cinzento, tartaranhão-dos-pauis, águia-calçada, peneireiro-vulgar, abibe, andorinhão-pálido
Passeriformes:
cotovia-de-poupa, laverca, andorinha-das-barreiras, petinha-dos-prados, alvéola-amarela, alvéola-branca, cartaxo-comum, rouxinol-bravo, fuinha-dos-juncos, rouxinol-pequeno-dos-caniços, rouxinol-grande-dos-caniços, felosa-comum, chapim-de-faces-pretas, gralha-preta, estorninho-preto, bico-de-lacre, bispo-de-coroa-amarela, tecelão-de-cabeça-preta, trigueirão
Visita:
A visita é feita ao longo da pequena estrada que conduz à herdade, numa extensão de cerca de 1,5 km. Esta estrada atravessa 3 valas, todas elas merecedoras de uma pequena paragem.
Logo ao fim de cerca de 200 metros, a estrada sobe ligeiramente e surge uma pequena ponte sobre a primeira vala, a partir de onde é possível obter uma ampla vista dos terrenos envolventes (é possível parar logo após a ponte). A vala é coberta por caniços, que servem de abrigo à galinha-d’água e ao rouxinol-bravo e que, na Primavera, são frequentados pelo rouxinol-pequeno-dos-caniços e pelo rouxinol-grande-dos-caniços. Este é um bom local para observar o esquivo garçote, que por vezes passa a voar ao longo da vala. Nos últimos anos este tem sido também um local de ocorrência regular do bispo-de-coroa-amarela, que de Maio a Setembro exibe a sua garrida plumagem preta e amarela. Fora da época de reprodução é habitual ver-se o guarda-rios e por vezes o chapim-de-faces-pretas.
De ambos os lados da vala, podem ver-se terrenos agrícolas. O número de aves presentes nestes terrenos é muito variável, dependendo da quantidade de água que aí exista. Nos últimos anos têm sido observados grandes bandos de íbis-pretas invernantes, bem como algumas garças-brancas-grandes (estas duas espécies, embora essencialmente invernantes, observam-se com regularidade a partir de finais de Agosto). Outras aves que aqui ocorrem com frequência incluem o pernilongo, o abibe, o maçarico-de-bico-direito, o guincho-comum, a petinha-dos-prados e a gralha-preta. (note-se, contudo, que no caso das espécies aquáticas, o número de aves presentes depende do nível de água nos terrenos).
Passada a primeira vala, a estrada prossegue em linha recta. É possível observar e fotografar algumas destas espécies a partir do carro. Os fios telefónicos ao longo da estrada são muitas vezes utilizados pelo cartaxo-comum. Os terrenos do lado direito são muitas vezes frequentados por íbis-pretas e, ocasionalmente, por bandos de colhereiros. O pato-real tambem é uma presença habitual. Ao longe existem alguns postes de alta tensão que servem de suporte a ninhos de cegonha-branca. Do lado esquerdo é frequente observar-se a alvéola-amarela e o exótico tecelão-de-cabeça-preta; sobre o caniçal, avista-se por vezes o tartaranhão-dos-pauis nos seus voos de caça.
Mais adiante, logo após uma curva e contra-curva, surge a ponte sobre a segunda vala, que na verdade é uma ribeira (também chamada ribeira das Enguias) que vai desaguar no rio Tejo, cerca de 5 km mais a norte. Ao longo desta linha de água há grandes caniçais, que na Primavera são bons locais para procurar o rouxinol-pequeno-dos-caniços e o rouxinol-grande-dos-caniços. Fora da época reprodutora é habitual ver-se o maçarico-bique-bique e o maçarico-das-rochas.
Os terrenos do lado direito da estrada são frequentados no Inverno por bandos de abibes e íbis-pretas.
Um pouco mais à frente, mesmo antes da herdade, surge a terceira vala, esta com menos vegetação que as anteriores. Este é um bom local para observação de diversas espécies de garças. Aqui ocorrem geralmente a garça-boieira, a garça-branca-pequena e a garça-real e, nos últimos anos, tem sido observado aqui o raro papa-ratos. Durante a época reprodutora também se avista a garça-vermelha e no Inverno têm sido vistas aqui algumas garças-nocturnas (gorazes).
Toda a área do paul é frequentada, na Primavera, por grandes bandos de andorinhas-das-barreiras e andorinhões-pálidos, que aqui vêm
alimentar-se.
Melhor época: todo o ano
Distrito: Setúbal
Concelho: Alcochete
Onde fica: cerca de 4 km a sul de Alcochete. A partir de Lisboa o acesso é feito pela Ponte Vasco da Gama, seguindo depois pelo IC3 em direcção a Alcochete e saindo quando surgir a indicação “N119 – Alcochete”; ao chegar à primeira rotunda toma-se a estrada nacional 118 na direcção de Pegões. Cerca de 3 km mais adiante (junto ao km 7) surge uma outra rotunda, que deve ser contornada a 270 graus, seguindo as indicações para “Barroca”. Começa aqui a estrada que dá acesso ao paul da Barroca.