A pitoresca vila de Marvão, que faz parte de qualquer circuito turístico ao norte alentejano, situa-se numa zona muito rica em termos faunísticos. Esta zona destaca-se pela sua colónia de grifos e pela enorme diversidade de passeriformes, permitindo observar algumas espécies de aves pouco comuns no território nacional.

O Rio Sever, na zona da Portagem, vendo-se ao fundo a escarpa de Marvão; a alvéola-cinzenta vê-se facilmente no rio

Visita:

O castelo de Marvão, com as suas vistas panorâmicas, merece a atenção de qualquer observador de aves. O melhor local de observação situa-se nos torreões da extremidade norte do castelo. Este é um local excelente para observar o melro-azul, que pousa frequentemente nas muralhas ou nos torreões. Também a ferreirinha-alpina frequenta habitualmente este local, podendo alimentar-se do lado de fora da muralha em dias de grande afluência de visitantes. O rabirruivo-preto é frequente a toda a volta da cerca muralhada. No interior do castelo há geralmente poucas aves, sendo o pardal-comum a especie mais conspícua neste voa frequentemente junto às muralhas. Do lado de fora das muralhas não é raro verem-se perdizes.

Junto à base do monte, a pequena localidade da Portagem situada junto ao rio Sever merece igualmente uma paragem. O melhor local de observação é junto à velha ponte quinhentista. Aqui é frequente observar-se a alvéola-cinzenta, que geralmente se alimenta no leito regularizado do rio Sever. O melro-d’água nidificou neste local em 2006. Ao longo do rio existem diversas árvores, onde habitualmente se observam a trepadeira-comum e a trepadeira-azul. As hortas do lado direito do rio são frequentadas por pequenos bandos de pardais-monteses. No Inverno, surgem por vezes bandos de lugres.

Cerca de 8 km a leste da Portagem fica o antigo posto fronteiriço de Galegos. Aqui existe uma enorme fraga denominada Fraga da Esparoeira, onde nidificam alguns casais de grifos. A colónia é facilmente observada a partir da estrada que conduz à fronteira.

 

Na parte norte do concelho fica a pequena aldeia da Beirã, onde se situa a antiga estação ferroviária internacional. Esta área pode ser explorada facilmente, pois há várias estradas municipais com pouco tráfego, que permitem uma observação tranquila. A zona é particularmente rica em passeriformes. Entre as espécies mais comuns e fáceis de observar, são de referir a cotovia-montesina, a toutinegra-de-cabeça-preta, a pega-rabuda (frequente nas imediações da aldeia), o gaio, o estorninho-preto e o trigueirão. No Inverno observam-se pequenos bandos de pardais-espanhóis, que frequentam os silvados e por vezes se alimentam nas bermas das estradas. Esta zona também é rica em aves de rapina, podendo ver-se regularmente o bútio-comum e a águia-cobreira, para além de ocasionais bandos de grifos, presumivelmente oriundos de Espanha.

Alguns quilómetros a sul, na zona de Santo António das Areias, o coberto arbóreo torna-se mais denso e é possível encontrar outras espécies, como a trepadeira-azul, o bico-grossudo e o pardal-francês. A “Ladeira do Tragasal”, mesmo à entrada desta localidade, é um excelente local para procurar o rabirruivo-de-testa-branca – esta pequena ave esconde-se por entre o arvoredo, mas o seu canto, facilmente audível em Abril e Maio, denuncia a sua presença. Dentro da localidade podem ver-se o andorinhão-pálido e a andorinha-dos-beirais.

Melhor época: todo o ano

Distrito: Portalegre
Concelho: Marvão
Onde fica: no nordeste alentejano, cerca de 20 km a nordeste de Portalegre. Saindo de Lisboa o acesso é feito pela A23 passando por Abrantes e saindo no nó de Fratel seguindo depois pelo IP2 até Alpalhão e por Portagem. A partir daqui sobe-se pela N359 até Marvão ou pela N246-1 até ao posto fronteiriço de Galegos.