A Reserva Integral de Pancas constitui a “zona nobre” da Reserva Natural do Estuário do Tejo. Embora o acesso de pessoas à Reserva Integral seja interdito, as zonas circundantes são bastante ricas em aves e permitem observar a maioria das espécies características desta zona.

O caminho de acesso a Pancas percorre a orla do pinhal, o que permite ver espécies agrícolas e florestais em simultâneo

Visita:

Descreve-se aqui o percurso feito a partir da entrada sul (pela entrada norte a sequência é inversa). Este tem cerca de 11 km de extensão.
A partir do desvio da N118, o caminho (com acesso a automóveis) percorre a orla de uma zona florestal: do lado direito a paisagem é dominada por sobreiros e pinheiros, enquanto que do lado esquerdo predominam os terrenos abertos (ver foto acima). A maioria dos terrenos encontra-se vedada, pelo que a observação terá de ser feita ao longo do caminho.
Entre as espécies florestais mais características desta zona refiram-se a trepadeira-comum, a trepadeira-azul, o pombo-torcaz (abundante no Inverno) e a escrevedeira-de-garganta-preta. Nos terrenos agrícolas podem ver-se o cartaxo-comum, a cotovia-de-poupa e o trigueirão, assim como o abibe e a tarambola-dourada.

Um pouco mais adiante surge o monte de Vale de Frades. Nesta zona, dominada por sobreiros mais espaçados, é frequente observar-se o estorninho-preto (ao qual se junta, no Inverno, o estorninho-malhado).
Após uma pequena subida, surge uma longa recta, que do lado esquerdo é orlada por um fino bosque de eucaliptos. Aqui é possível tirar partido da elevação e prospectar a margem do estuário. É habitual verem-se grandes bandos de flamingos. Sobre os terrenos adjacentes o tartaranhão-dos-pauis é uma presença frequente. Infelizmente, devido à distância, a maioria das outras aves aquáticas permanece por identificar. Outras aves que podem ser vistas ao longo desta recta incluem o picanço-real. Uma visita à noite permitirá ouvir a coruja-do-mato, a coruja-das-torres, o mocho-galego e, na Primavera, as duas espécies de noitibós.
No final da recta surge o Monte de Pancas, que dá o nome à zona. Aqui observa-se habitualmente a andorinha-das-chaminés e, por vezes, o mocho-galego.
O caminho continua por entre montados de sobro e termina numa estrada de alcatrão. Aqui é possível virar à direita e prosseguir até à N118. Alternativamente pode virar-se à esquerda e prosseguir, por entre montados de sobro (frequentados pelo pardal-francês) até chegar ao Casal do Bate-Orelha.

 

A partir daqui é possível prosseguir para oeste até às salinas de Vasa-Sacos. Para realizar este percurso, é conveniente obter autorização no monte, pois este caminho é privado. O caminho atravessa terrenos agrícolas; este é um bom local para observar a calhandra-real, espécie pouco frequente nesta região; outras espécies que aqui ocorrem são a laverca, a gralha-preta e o pintarroxo; por vezes aparece o cuco-rabilongo. Ao fim de 3 quilómetros chega-se às salinas. O número de aves que aqui se observa é muito variável, e tende a ser mais elevado na preia-mar. Entre as espécies que aqui se podem ver refiram-se o mergulhão-pequeno, o mergulhão-de-pescoço-preto, a garça-real, a garça-branca-grande, o flamingo, o guarda-rios e a alvéola-amarela. Por vezes também se vê aqui a andorinha-dáurica. Durante o Inverno e frequente aparecer aqui a águia-pesqueira.

Melhor época: todo o ano

Distrito: Santarém
Concelho: Benavente
Onde fica: na margem esquerda do rio Tejo, a meio caminho entre Porto Alto e Alcochete. O acesso é feito a km 21,5 (cerca de 10 km a sul de Porto Alto) e a entrada sul, que é feita por um caminho não asfaltado, que sai junto à chamada Herdade de Camarate (km 12 da N118, cerca de 3 km a sudoeste do Campo de Tiro de Alcochete). Ambas as entradas conduzem à herdade de Pancas.