Esta espécie pertence à Ordem Anseriformes.

Facilmente identificável, com a sua silhueta atarracada e o seu característico bico comprido e largo em forma de colher, é uma das espécies de patos mais comuns no nosso país durante a época de Invernada.

Estatuto de ameaça em Portugal:
Em perigo (população residente) Pouco preocupante (invernada)

Taxonomia

Ordem: Anseriformes
Família: Anatidae
Género: Spatula
Espécie: Spatula clypeata (Linnaeus, 1758)
A espécie é monotípica.

Identificação

Trata-se de um pato de dimensões médias. O macho: com a cabeça verde-garrafa,o peito branco e os flancos castanhos, distingue-se de imediato da fêmea: toda acastanhada, à semelhança das outras espécies de patos de superfície. Em voo ambos os sexos apresentam um espelho alar verde. Tanto pousados, estando na água – meneando o bico constantemente ou utilizando-o como «aspirador», à superfície, na prospecção de alimento – ou em voo, têm um aspecto bastante típico,aparentando um aspecto algo pesado e «curto».

Abundância e Calendário

O pato-trombeteiro, no nosso país, é sobretudo um invernante, chegando os primeiros indivíduos muito cedo, a partir de Agosto, permanecendo algumas aves entre nós até Abril. Associa-se frequentemente a outras espécies de patos formando por vezes bandos muito numerosos. Ocorre, de Norte a Sul de Portugal,ocupando todo o tipo de habitats aquáticos de baixa profundidade: tanto em lagoas costeiras, como açudes, barragens, pauis ou ribeiras no interior.Existe ainda uma pequena população reprodutora, localizada sobretudo a sul do Tejo: essencialmente distribuída pelo Alentejo e por alguns locais do Algarve.

Mapas

Onde Observar

Sendo um pato razoavelmente abundante, pode ser visto com relativa facilidade nas principais zonas húmidas do país.

 

Litoral centro – destacam-se a pateira das Dunas de São Jacinto, os pauis do Baixo Mondego (Arzila, Madriz e Taipal), a Quinta da Foja e a Quinta do Canal. Por vezes observam-se pequenos bandos na lagoa de Óbidos e nas lagoas de Quiaios.

 

Lisboa e Vale do Tejo – observa-se habitualmente no paul do Boquilobo. No estuário do Tejo pode ser visto com regularidade nas Marinhas da Saragoça (lezírias da Ponta da Erva), nas salinas de Alverca e de Vasa-Sacos (Pancas) e no sítio das Hortas.

 

Alentejo – é fácil de observar no estuário do Sado, nomeadamente no Zambujal e nas lagoas de Bem-Pais e Sachola. No interior ocorre em alguns açudes da zona das Alcáçovas/São Cristóvão: Banhas, Fartos, Caldeira e Defesa Grande; ocorre também na zona de Ferreira do Alentejo e Aljustrel, particularmente na lagoa dos Patos e nas albufeiras do Alqueva, de Odivelas e do Roxo. Mais para o litoral, destaca-se  igualmente a lagoa de Santo André. No norte alentejano é menos numeroso, sendo de referir a sua ocorrência na zona de Alter do Chão.

 

Algarve – este pato encontra-se com facilidade nos Salgados do Fialho, no Ludo, na Quinta do Lago e na reserva de Castro Marim. Também aparece em pequenos números na lagoa de Aldeia Nova, na lagoa das Dunas Douradas, na foz do Almargem e em Vilamoura.

 

Documentação

Ficha do pato-trombeteiro no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (edição 2005)