Esta espécie pertence à Ordem Passeriformes.

Pequena ave insectívora que passa facilmente despercebida se não vocalizar, pois tende a viver embrenhada nos matos e arbustos do nosso território, deixando-se apenas ver quando em voo ondulado passa para outro arbusto.

 

Taxonomia

Ordem: Passeriformes
Família: Sylviidae
Género: Curruca
Espécie: Curruca undata (Boddaert, 1783)
Subespécies: 3

Em Portugal nidifica a subespécie C. u. dartfordiensis, no norte, e possivelmente a subespécie C. u. toni, no sul. Entre os indivíduos invernantes, deverá haver aves da subespécie nominal.

Identificação

Trata-se de uma das mais pequenas toutinegras, caracterizada sobretudo pelo distintivo padrão avermelhado-escuro das partes inferiores desde o bico até à cauda, bem visível nos machos. Possui ainda características pintas brancas por baixo do bico, partes superiores cinzento-azulado, e uma auréola vermelha em torno do olho. As fêmeas possuem basicamente o mesmo padrão de coloração,mas mais esbatido. O seu voo é ondulado, como se fosse bastante esforçado, coma sua cauda comprida a contrastar com o corpo diminuto.

Sons

Para ouvir a vocalização da toutinegra-do-mato, clique na seta abaixo!

Abundância e Calendário

A toutinegra-do-mato é um passeriforme abundante em algumas regiões, sendo comum ao longo do território, com excepção de algumas zonas do litoral e nas planícies abertas do Alentejo. Sendo uma espécie residente, pode ser encontrada ao longo de todo o ano, embora seja mais fácil de detectar durante a Primavera, altura em que a actividade vocal se torna mais intensa.

Mapas

Onde Observar

Pode ser vista sobretudo em zonas de matos densos, tanto em planície como em montanha.

 

Entre Douro e Minho – ocorre em boas densidades na serra do Gerês, sendo este o melhor local de observação na região.

 

Trás-os-Montes – os melhores locais são o Douro Internacional, nomeadamente Miranda do Douro e Barca d’Alva, bem como as serras de Montesinho, da Coroa e do Alvão.

 

Litoral centro – pouco abundante nesta região, aconselhando-se a observação em zonas altas da região como as serras de Sicó e Alvaiázere ou nos matagais do pinhal de Leiria.

 

Beira interior – pode ser observada no Tejo Internacional, na albufeira da Toulica, nas portas de Ródão e na serra da Estrela, sendo este último o melhor local de observação.
Ocorre também em boas densidades na serra de Montemuro e na serra da Gardunha.

 

Lisboa e vale do Tejo – pode ser observada no cabo Espichel e no estuário do Tejo, especialmente nas passagens migratórias e durante o Inverno. Também a zona do Agroal (Tomar) e a serra de Montejunto são bons locais para a sua detecção. Ocorre também na vertente ocidental da serra de Sintra.

 

Alentejo – no Alto Alentejo, esta toutinegra pode ser observada na região de Nisa, enquanto que no Baixo Alentejo a zona de Mértola é o melhor local de observação desta
espécie, que também ocorre em Barrancos. Na faixa costeira a espécie observa-se em
sistemas dunares, como por exemplo na lagoa de Santo André.

 

Algarve – o sapal de Castro Marim, o Ludo, a ria de Alvor e o cabo de São Vicente são os melhores locais para a observação desta toutinegra nas passagens migratórias e durante o
Inverno. No período reprodutor é muito escassa junto à costa, mas pode ser vista com
bastante facilidade nas serras do Caldeirão e de Monchique.