Esta espécie pertence à Ordem Charadriiformes.

Olhando para o mar do alto de uma falésia na costa portuguesa, é fácil reparar na gaivota-de-patas-amarelas, que voa calmamente ao longo das escarpas, como que apreciando os detalhes desta formação geológica.

 

Taxonomia

Ordem: Charadriiformes
Família: Laridae
Género: Larus
Espécie: Larus michahellis JF Naumann, 1840
Subespécies: 2

Em Portugal Continental ocorre a subespécie nominal; contudo, as populações da costa ibérica atlântica poderão adquirir estatuto de subespécie independente das populações mediterrânicas, designando-se L. m. lusitanius, cujo espécime-tipo tem origem em Peniche. Nos Açores e na Madeira ocorre a subespécie L. m. atlantis, que já tem sido observada acidentalmente no continente.

Identificação

Grande. Patas amarelas. Dorso e asas prateadas com pontas pretas e “pérolas” brancas. Bico amarelo. Os imaturos de 1º ano são castanhos e quase indistinguíveis das gaivotas-dasa-escura. Já nos de 2º e 3º ano é visível o dorso prateado.

Sons

Para ouvir a vocalização da gaivota-argêntea, clique na seta abaixo!

Abundância e Calendário

É comum durante todo o ano ao longo do litoral português, especialmente em praias, portos e na costa rochosa. Sendo uma espécie de distribuição quase estritamente costeira, a sua abundância diminui rapidamente à medida que nos afastamos da costa. Assim, nos estuários esta gaivota é claramente menos abundante, dando progressivamente lugar à gaivota-dasa-escura. No interior é indiscutivelmente uma espécie rara, sendo contudo de referir a sua recente colonização da Barragem do Alto Rabagão.

Mapas

Onde Observar

A gaivota-argêntea pode ser encontrada sem grande dificuldade em qualquer ponto da costa portuguesa, tanto em praias como em zonas portuárias e costa rochosa.

 

Entre Douro e Minho – trata-se de uma espécie fácil de encontrar em zonas húmidas costeiras como o estuário do Minho, o estuário do Lima, o estuário do Cávado e o estuário do Douro. Nidifica em Viana do Castelo.

 

Trás-os-Montes – recentemente colonizou algumas albufeiras perto da serra do Gerês, como a albufeira do Alto Rabagão.

 

Litoral Centro  – A zona de BerlengaPeniche e o estuário do Mondego são também óptimos locais para detectar a gaivota-argêntea, assim como a baía de São Martinho do Porto, a lagoa de Óbidos, o cabo Carvoeiro e as zonas costeiras junto ao pinhal de Leiria. Mais para norte pode ser vista na ria de Aveiro e na barrinha de Esmoriz.

 

Lisboa e Vale do Tejo – a cidade de Lisboa alberga alguns casais reprodutores, podendo a gaivota-argêntea ser observada especialmente na zona ribeirinha de Belém e sobre a Baixa Pombalina. Esta é igualmente uma espécie comum no cabo Raso, na foz do Sizandro e na Ericeira, assim como em Sesimbra e no cabo Espichel.

 

Alentejo – presente ao longo da faixa costeira, especialmente na península de Tróia (estuário do Sado), no porto de Sines e na lagoa de Santo André, assim como no estuário do Mira e no cabo Sardão.

 

Algarve – o cabo de São Vicente e a zona de Sagres são dos melhores locais para observar a espécie, assim como a ponta da Piedade, a ria de Alvor, o Ludo e a reserva de Castro Marim. Esta espécie ocorre um pouco por todo o litoral, sendo também possível de observar no estuário do Arade, no Leixão da Gaivota, na lagoa dos Salgados e ainda em vários pontos da costa ocidental, como a Carrapateira e o planalto do Rogil.

 

Saber Mais

Esta é a mais abundante das gaivotas que nidificam em Portugal. Na conversa cuja gravação aqui partilhamos, falamos do crescimento populacional, da recente ocupação das zonas urbanas e da possível relação entre esta expansão e o programa de controlo que foi implementado nas Berlengas. Na segunda parte da conversa mencionamos as alterações taxonómicas das últimas décadas e as implicações dessas alterações no nome comum da espécie. Fazemos ainda uma referência às subespécies.

 

Ligações externas