Esta espécie pertence à Ordem Accipitriformes.

Caçador, pescador, necrófago e oportunista – todos estes adjectivos podem ser utilizados para descrever esta ave de rapina, que pode ser vista regularmente a patrulhar as nossas estradas.

Sabe quando chegam os primeiros milhafres-pretos?
Veja as datas aqui.

 

Taxonomia

Ordem: Accipitriformes
Família: Accipitridae
Género: Milvus
Espécie: Milvus migrans (Boddaert, 1783)
Subespécies: 5

Em Portugal ocorre a subespécie nominal.

Identificação

O milhafre-preto é uma ave de rapina de tamanho médio, que se caracteriza pela plumagem castanha e pela sua cauda bifurcada. O facto de caçar frequentemente ao longo das estradas ou sobre planos de água torna-o bastante conspícuo. Pode confundir-se com o milhafre-real (distinguindo-se deste pela plumagem mais escura e pela cauda castanha e não ruiva) ou com a águia-calçada de fase escura (da qual se distingue pela bifurcação na cauda).

Sons

Para ouvir a vocalização do milhafre-preto, clique na seta abaixo!

Abundância e Calendário

De uma forma geral, o milhafre-preto pode ser considerado bastante comum, embora a sua abundância varie de umas regiões para outras. É particularmente comum nas Beiras e em certas zonas do interior alentejano. O milhafre-preto é uma espécie migradora, que está presente no nosso território de Março a Agosto.

Mapas

Onde Observar

Pode ser visto de norte a sul do país, mais frequentemente nas imediações de zonas húmidas.

Entre Douro e Minho – pouco abundante nesta região, ocorre por vezes junto ao estuário do Minho.
 

Trás-os-Montes – a melhor zona para encontrar este milhafre é a região de Miranda do Douro.

 

Litoral Centro – a cidade de Coimbra, onde se situa a maior colónia de milhafres-pretos do país, é um excelente local para observar esta espécie. Adicionalmente, ao longo de todo o vale do Mondego é relativamente fácil encontrar este milhafre, por exemplo na barragem da Aguieira, no paul da Madriz e no paul do Taipal. Também ocorre em Pombal.

 

Beira interior – o milhafre-preto é comum na maior parte da Beira Alta, podendo ser visto na zona de Celorico da Beira, na albufeira de Vilar, na albufeira de Santa Maria de Aguiar, na região do Sabugal e ainda no planalto de Riba Côa. Por vezes também aparece na serra da Estrela. Na Beira Baixa pode ser observado no Tejo Internacional e na zona de Segura.

 

Lisboa e Vale do Tejo – ocorre principalmente ao longo do vale do Tejo, podendo ser visto por exemplo no estuário do Tejo (zona de Pancas) e no paul do Boquilobo. Também aparece na zona de Tomar e no Escaroupim.

 

Alentejo – tem uma distribuição ampla na região, sendo mais fácil de observar na metade interior; pode ser visto com frequência junto às principais barragens (Póvoa, Montargil, Maranhão, Odivelas e Monte da Rocha). Pode igualmente ser observado nas zonas de Castro Verde, Mourão e Elvas. Por vezes aparece no aterro sanitário de Beja.

 

Algarve – pouco comum durante a época reprodutora, mas durante a passagem migratória outonal pode ser visto com regularidade junto ao Cabo de São Vicente. Observa-se também no Ludo durante a época reprodutora e na passagem migratória.

 

Saber Mais

Em Portugal ocorrem duas espécies de milhafres: o preto e o real. No webinário “Milhafres de Portugal“, cuja gravação aqui disponibilizamos, falámos da situação de ambas as espécies do nosso país, assim como do projecto LIFE Eurokite, no âmbito do qual têm vindo a ser marcados milhafres-reais, com vista a estudar os seus movimentos. Para ver a gravação, clique na seta abaixo:

 

 

Documentação

Ficha do milhafre-preto no Plano Sectorial da Rede Natura 2000

Ligações externas