Esta espécie pertence à Ordem Passeriformes.

O canto característico do rouxinol-bravo pode ser ouvido ao longo de todo o ano nos caniçais portugueses. Contudo, observar esta ave nem sempre é tarefa fácil, pois tende a manter-se escondida entre a vegetação.

 

Taxonomia

Ordem: Passeriformes
Família: Cettiidae
Género: Cettia
Espécie: Cettia cetti (Temminck, 1820)
Subespécies: 3

Em Portugal ocorre a subespécie nominal.

Identificação

O rouxinol-bravo é uma ave insectívora, tendo por isso um bico fino. A sua plumagem é predominantemente castanha-avermelhada por cima e acinzentada por baixo. As asas são curtas e a cauda é mantida frequentemente levantada. Esta ave esconde-se geralmente por entre a vegetação densa, sendo por isso difícil de observar. Quando decide mostrar-se, pousa em postes ou ramos mais expostos. É mais fácil de detectar e de identificar pelo seu canto característico, que por vezes é ouvido durante a noite.

Sons

Para ouvir a vocalização do rouxinol-bravo, clique na seta abaixo!

Abundância e Calendário

Os seus hábitos furtivos podem dar a ideia de que o rouxinol-bravo é escasso, contudo esta espécie é bastante comum, como aliás se constata a partir do momento em que se conhece o seu canto.Esta ave ocorre sobretudo em zonas de vegetação densa, quase sempre perto de água. É bastante comum em caniçais e tabuais e também ao longo de linhas de água com vegetação ripícola densa. Embora se distribua de norte a sul do país, é claramente mais comum no sul e no litoral, tornando-se mais escasso no norte e no interior.

Mapas

Onde Observar

As grandes zonas húmidas do litoral centro e sul são os melhores locais para tentar ver o rouxinol-bravo.

 

Entre Douro e Minho – pouco frequente nesta região, observa-se na zona de Guimarães e na veiga de São Simão.

 

Trás-os-Montes – raro nesta região; pode ser observado na zona de Barca d’Alva.

 

Litoral centro – este insectívoro pode ser visto nas zonas húmidas com caniçais, como o paul de Tornada, a lagoa de Óbidos, a zona de São Martinho do Porto, o paul da Madriz, o paul do Taipal e a ria de Aveiro. Também ocorre na barrinha de Esmoriz.

 

Beira interior – é mais fácil de observar junto às principais albufeiras da região; alguns locais de ocorrência são a albufeira de Vilar, a albufeira de Santa Maria de Aguiar, a albufeira da Marateca e a albufeira da Toulica. Também se observa ao longo das linhas de água em Celorico da Beira, no planalto de Riba Côa e na lagoa da Urgeiriça.

 

Lisboa e Vale do Tejo – nesta região destaca-se o estuário do Tejo (particularmente as lezírias da Ponta da Erva) e o vizinho paul da Barroca, em cujos caniçais esta espécie é bastante comum. Outro local habitual de ocorrência é a ribeira das Enguias. Mais perto de Lisboa pode também ser observado nos pauis da várzea de Loures. No Ribatejo a espécie é comum no paul do Boquilobo, ocorrendo igualmente na zona de Tomar. Na margem sul do Tejo, a lagoa de Albufeira é outro bom local para encontrar o rouxinol-bravo, que também ocorre na zona de Corroios.

 

Alentejo – no litoral alentejano destacam-se o estuário do Sado, a lagoa de Santo André e a ribeira de Moinhos, enquanto que no interior a espécie pode ser encontrada sobretudo ao longo das ribeiras, por exemplo a ribeira do Divor, ou nas zonas de Alter do Chão, Montargil e Elvas e ainda na lagoa dos Patos.

 

Algarve – os caniçais são hoje escassos no Algarve e o rouxinol-bravo é comparativamente menos comum, mas pode ser observado por exemplo no caniçal de Vilamoura, no Ludo, na Quinta do Lago, na lagoa dos Salgados, na foz do Almargem, na lagoa do Garrão, na lagoa das Dunas Douradas e ainda no paul de Lagos e no paul da Lontreira.