Esta espécie pertence à Ordem Pelecaniformes.

Esta garça de hábitos crepusculares e nocturnos é frequentemente avistada ao fim do dia, quando voa para as suas zonas de alimentação. Passa grande parte do dia empoleirada nas árvores, passando por isso facilmente despercebida.

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Taxonomia

Ordem: Pelecaniformes
Familia: Ardeidae
Género: Nycticorax
Espécie: Nycticorax nycticorax
Subespecies: 4
Em Portugal ocorre a subespécie nominal.

Identificação

É uma garça de dimensão intermédia. O seu pescoço curto confere-lhe um ar atarracado. As asas e o barrete preto contrastam com o dorso cinzento e com o ventre esbranquiçado. As patas são amarelas e os olhos são vermelhos. Os juvenis são malhados de castanho e também têm as patas amarelas.

Abundância e Calendário

A garça-nocturna é uma espécie escassa em Portugal, com uma distribuição muito fragmentada. O litoral centro e o vale do Tejo, onde se conhecem algumas colónias, constituem as suas principais áreas de ocorrência. A espécie nidifica colonialmente em árvores, nas imediações de zonas húmidas, geralmente em associação com outras espécies de garças. É uma espécie principalmente estival, que está presente no país de Abril a Setembro, no entanto em anos recentes tem havido um número crescente de observações invernais.

Mapas

Onde Observar

A garça-nocturna tem uma distribuição muito localizada e raramente é vista fora dos seus locais habituais de ocorrência.

 

Litoral Centro –  Os pauis do Baixo Mondego, que foram colonizados há alguns anos e actualmente contam com uma população nidificante considerável, são o melhor local para observar a garça-nocturna na região centro, especialmente o paul do Taipal.

 

Lisboa e Vale do Tejo – é a principal zona de ocorrência desta espécie em Portugal, que tem colónias no paul do Boquilobo e na zona de Escaroupim. Esta garça aparece também frequentemente na cidade de Tomar, desconhecendo-se contudo a proveniência das aves. Observa-se também na cidade de Lisboa, tratando-se neste caso de indivíduos oriundos do Jardim Zoológico, onde nidificam em liberdade. Durante o Inverno tem sido vista no sítio das Hortas, junto ao estuário do Tejo.

 

Alentejo – recentemente colonizou a albufeira do Alqueva. Para além desta área não se conhecem locais de ocorrência regular, mas a espécie aparece esporadicamente no estuário do Sado, havendo também observações recentes no norte alentejano, nomeadamente em Elvas e junto à albufeira do Caia. Até à década de 1990 existiam colónias no rio Guadiana, as quais entretanto foram abandonadas.

 

Algarve – nesta região a garça-nocturna é muito escassa e pode ser observada sobretudo em passagem migratória. A ria Formosa, onde a espécie já nidificou no passado, parece ser o local mais favorável para ver esta espécie. Aves em migração aparecem ocasionalmente noutras zonas húmidas da região, como o Ludo ou a lagoa das Dunas Douradas.

 

Documentação

Ficha da garça-nocturna (goraz) no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (edição 2005)

Ficha da garça-nocturna (goraz) no Plano Sectorial da Rede Natura 2000